domingo, 17 de outubro de 2010

Clarice Lispecto





Clarice Lispector
Clarice Lispector nasceu na cidade russa de Tchetchelnik, na Ucrâ nia, quando seus pais, Pedro Lispector e Marian Lispector deixavam a terra natal com destino às terras brasileiras. Ela tem duas irmãs mais ve lhas, Elisa e Tânia.
A família vai se instalar em Recife, onde a futura escritora começa a estudar. As primeiras letras são feitas no Grupo Escolar João Barbalho. Como Samuel Rawet, nascido na Polônia, Clarice Lispector curiosamente, vai aprender muito bem o português e se tornar dominante de uma das mais belas linguagens literárias no país de adoção.
Confira algumas frases de Clarice:
"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento"
"Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro."
"Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero uma verdade inventada."
"Quando se ama não é preciso entender o que se passa lá fora, pois tudo passa a acontecer dentro de nós."
"Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato...
Ou toca, ou não toca."

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Mário Qintana.


Mario Quintana
1906 - 1994


Mario de Miranda Quintana nasceu na cidade de Alegrete (RS), no dia 30 de julho de 1906.
Com 60 poemas inéditos, organizada por Rubem Braga e Paulo Mendes Campos, é publicada sua Antologia Poética, em 1966, pela Editora do Autor - Rio de Janeiro. Lançada para comemorar seus 60 anos, em 25 de agosto o poeta é saudado na Academia Brasileira de Letras por Augusto Meyer e Manuel Bandeira, que recita o seguinte poema, de sua autoria, em homenagem a Quintana:


Confira um de seus poemas:


BILHETE
Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...

domingo, 15 de agosto de 2010

Vinícios de Morais



Marcus Vinitius da Cruz e Mello Moraes
Marcus Vinitius da Cruz e Mello Moraes aos nove anos de idade parece que pressente o poeta: vai, com a irmã Lygia ao cartório na Rua São José, centro do Rio, e altera seu nome para Vinicius de Moraes. Nascido em 19-10-1913, na Rua Lopes Quintas, 114 — bairro da Gávea, na Cidade Maravilhosa, desde cedo demonstra seu pendor para a poesia. Criado por sua mãe, Lydia Cruz de Moraes, que, dentre outras qualidades, era exímia pianista, e ao lado do pai, Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, poeta bissexto, Vinicius cresce morando em diversos bairros do Rio, infância e juventude depois contadas em seus versos, que refletiam o pensamento da geração de 1940 em diante.
Disse Carlos Drummond de Andrade: "Vinicius é o único poeta brasileiro que ousou viver sob o signo da paixão. Quer dizer, da poesia em estado natural". "Eu queria ter sido Vinicius de Moraes". Otto Lara Resende assim o definiu: "Manuel Bandeira viveu e morreu com as raízes enterradas no Recife. João Cabral continua ligado à cana-de-açúcar. Drummond nunca deixou de ser mineiro. Vinicius é um poeta em paz com a sua cidade, o Rio. É o único poeta carioca". Mas ele dizia nada mais ser que "um labirinto em busca de uma saída".
Confira essa bela poesia de muitas do autor:
A rosa de Hiroxima


Pensem nas crianças

Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.

domingo, 1 de agosto de 2010

Raimundo Nonato da Silva.


 Raimundo Ponte Nova

Raimundo Ponte Nova, como era chamado pelos amigos, foi uma pessoa simples, fez até a 4.ª série Primária, mas lia muito.
Suas poesias abarcam temas variados do cotidiano, fala muito de amores e da vida, com cor social e política.
Morador da cidade de Viçosa e funcionário da UFV, Universidade Federal de Viçosa, Raimundo Nonato da Silva era de Ponte Nova, antes de se mudar para Viçosa.
Era neto de índio e casado com Francisca Alves da Silva, a dona Chiquinha, contadora de histórias. Morreu em dezembro de 2004, aos 64 anos, deixando quatro filhos, Deixou também seu xodó Juliana, a bicicleta que tinha nome e o levava para todas as partes.
Marido que levava flores para a esposa, por qualquer motivo ou nenhum, conta saudosa dona Chiquinha.
Confira uma de suas belíssimas poesias:
REVOLTA
Raimundo Ponte Nova
Sabe, Aguinaldo,
Hoje acordei alegre
Na porta do quarto chutei o gato
E enchi o pé na traseira do cachorro.
Saí pra rua e enchi a cara
e no boteco do Moreira bebi todas
a que tinha direito.
Xinguei o padre quando passei por ele,
E mandei um mendigo pro inferno
Quando me pediu uma esmola.
Mostrei meu contra-cheque aos comerciantes
Encerrei uma discussão com a pelegada que
Estava trabalhando no campus.
Dei uma banana e risquei palavrões
Ao pessoal que assistia à assembléia
Debruçado nas janelas dos prédios em frente.
Gritei como um louco, agitei
Pulei de alegria no boteco do Téco
e paguei tudo pra todos que estavam lá.
Sabe o porquê da minha alegria?
Aconteceu o que eu previa,
Por isso estou pelegando.
A greve que se dane e se afunde
Eu quero é me arrumar
Afinal fui nomeado chefe de seção.
Mais detales no site da UFV.

sábado, 31 de julho de 2010

Memorial Carlos Drummond de Andrade, em Itabira - MG


                                

                          
              Carlos Drummond de Andrade                                                                                                                                  

Carlos Drummond de Andrade nasceu em Minas 
Gerais, em uma cidade cuja memória viria a permear parte de sua obra, Itabira. Posteriormente, foi estudar em Belo Horizonte Nova Friburgo com os Jesuítas no colégio Anchieta. Formado em farmácia, com Emílio Moura e outros companheiros, fundou "A Revista", para divulgar o modernismo no Brasil. No mesmo ano em que publica a primeira obra poética, "Alguma poesia" (1930), o seu poema Sentimental é declamado na conferência "Poesia Moderníssima do Brasil", feita no curso de férias da Faculdade de Letras de Coimbra, pelo professor da Cadeira de Estudos Brasileiros, Dr. Manoel de Souza Pinto, no contexto da política de difusão da literatura brasileira nas Universidades Portuguesas. Bem, durante a maior parte da vida, Drummond foi funcionário público, embora tenha começado a escrever cedo e prosseguindo até seu falecimento, que se deu em 1987 no Rio de Janeiro, doze dias após a morte de sua única filha, a escritora Maria Julieta Drummond de Andrade. Além de poesias, produziu livros infantis, contos e crônicas

Confira um de seus mais belos poemas:

José

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, Você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
Você que faz versos,
que ama, proptesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio, - e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse,
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você consasse,
se você morresse....
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja do galope,
você marcha, José!
José, para onde?

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quarta-feira, 28 de julho de 2010

Caio Fernando Abreu.



 Caio Fernando Abreu

Caio Fernando Abreu, nascido em setembro de 1948, em Santiago, Rio Grande Do Sul.
Jornalista, escritor, dramaturgo, Morreu em 25 de fevereiro de 1996, aos 47 anos, dois anos depois de descobrir-se portador do vírus HIV.
Entre seus belíssimos trabalhos estão o livro "Os dragões não conhecem o paraíso", é muito bom, eu recomendo.

Fotos de poetas contemporâneos.


Quem nunca ouviu falar em Fernando Pessoa? pois é,Fernando António Nogueira Pessoa, nasceu aos 13 de junho de 1888 em Lisboa, um dos maiores poetas de todos os tempos! uma de suas melhores poesias, na minha opinião, é "Tabacaria", leiam e releiam, é linda!
Confira um pequeno trecho:

(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)

terça-feira, 27 de julho de 2010

Quem foi Castro Alves?


















Castro Alves


No período em que viveu (1847-1871), ainda existia a escravidão no Brasil. O jovem baiano, simpático e gentil, apesar de possuir gosto sofisticado para roupas e de levar uma vida relativamente confortável, foi capaz de compreender as dificuldades dos negros escravizados.

Manifestou toda sua sensibilidade escrevendo versos de protesto contra a situação a qual os negros eram submetidos. Este seu estilo contestador o tornou conhecido como o “Poeta dos Escravos”.

Uma das mais belas poesias de Castro Alves é "Navio negreiro", quem ainda não leu precisa ler!
Confira um pequeno trecho:

"Do Espanhol as cantilenas
Requebradas de langor,
Lembram as moças morenas,
As andaluzas em flor!
Da Itália o filho indolente
Canta Veneza dormente,
— Terra de amor e traição,
Ou do golfo no regaço
Relembra os versos de Tasso,
Junto às lavas do vulcão!
O Inglês — marinheiro frio,
Que ao nascer no mar se achou,
(Porque a Inglaterra é um navio,
Que Deus na Mancha ancorou),
Rijo entoa pátrias glórias,
Lembrando, orgulhoso, histórias
De Nelson e de Aboukir.. .
O Francês — predestinado —
Canta os louros do passado
E os loureiros do porvir!".